Por Nídia Gonçalves, psicopedagoga e artesã
A tricotear a vida
Tricô arte das agulhas
Pontos aumentam e diminuem e as agulhas nem a contá-los
Ponto segredo… segredo para quem?
Ponto arroz… e ponto pipoca a saltitar idéias, lamentos e quer bem
Ponto Mate Duplo… saio no ponto Vazado esbarro no ponto Barra subo no ponto Trepadeira deito no ponto Esteira e o ponto Coração se enche de ponto Serpentina
Ponto que se perdem como recuperar, anseios e desilusões
Para tricotar é preciso esperar… esperança
A vida é um tricotar sempre depois de tropeçar novo rumo vai tomar
Tricô-arte, trico-vida, tricotear
Tricô, laçado pela frente
E agora por traz
No bailar da agulha e linha a arte está a gestar o novo
Tricô, tricotar, tricotear, tricô arte vão se dar
Tricô cresce, aparece
Cada ponto a contar
Teço a arte e a vida se faz nos pontos e laçadas
Nas laçadas os pontos são ideias, pensamentos, desalentos e nascimento
Quanta vida teço no bailar sincronizado da agulha e a linha, ziguezagueando vida e arte, contando ponto e riscando a história.
Corpo-fazedor… corpo-arte a tricotear a vida.
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